Fonte: Paraiba.com.br
A Receita Federal prepara um estudo que servirá de
base para o primeiro pacote tributário do governo Temer. Estão sob avaliação
cerca de 300 incentivos fiscais em vigor atualmente que, caso sejam cancelados
ou modificados, podem gerar cerca de R$ 15 bilhões para os cofres públicos a
partir de 2017, segundo estimativas iniciais.
Herdada dos governos Lula e Dilma, boa parte desses
benefícios já era questionada pelos técnicos do fisco e, agora, entra na mira
do Ministério da Fazenda, que pretende criar uma força-tarefa com os diversos
ministérios para calcular a efetividade desses programas.
Dentre eles estão as desonerações sobre a folha de
pagamento, a Lei de Informática, o Inovar-Auto, os descontos de IPI para
fabricantes de eletrodomésticos, bebidas, bicicletas, motocicletas,
eletroeletrônicos, entre outros. Também estão na mesa discussões sobre PIS e
Cofins.
Os gastos com as desonerações vêm aumentando e, com
a necessidade de se promover o ajuste fiscal sem aumentar impostos (para 2017,
a meta é um deficit nas contas públicas de R$ 139 bilhões), a Receita acelerou
o estudo dos incentivos fiscais.
A revisão desses incentivos e benefícios fiscais
está em discussão no governo, mas ainda não há uma decisão. Segundo um assessor
presidencial, o ideal é que todo e qualquer tipo de incentivo seja distribuído
para todos os setores da sociedade.
As exceções são as áreas de fato estratégicas da
economia, como inovação.
Em evento na semana passada, em Brasília, o
secretário da Receita, Jorge Rachid, afirmou que o governo quer melhorar a qualidade
dos tributos para contribuir com o ambiente de negócios.
"E aí vem a questão de reformar, mudar a
legislação de alguns tributos, como a reincidência de PIS-Cofins, que precisa
ser corrigida, e a complexidade do ICMS", disse.
REVISÃO
Um interlocutor de Temer diz que, na prática, rever
desoneração representa aumento de tributo para as empresas beneficiadas, mas
defende que a discussão seja feita, e alguns programas, revistos.
A previsão de isenções no Orçamento para o próximo
ano é de R$ 282,8 bilhões. A maior parte (29%) vai para o setor de comércio e
serviços. Os programas mantidos pelo Ministério do Trabalho ficam com 15%; os
da indústria e da saúde, com cerca de 12% cada um, a agricultura, com 9,3%. O
restante está pulverizado em outras áreas.
A ideia é cancelar diversos programas para que os
recursos possam ser mais bem distribuídos. Os que atualmente atendem uma ou
duas empresas seriam cancelados.
Recentemente, um levantamento do TCU (Tribunal de
Contas da União) mostrou que existem programas de estímulo à indústria que
consumirão R$ 52 bilhões até o fim deste ano e estão sendo mantidos sem
garantia de que as contrapartidas sejam cumpridas.
No setor de bebidas, por exemplo, os incentivos são
considerados descabidos pelo fisco e, com a política da Zona Franca de Manaus
–também mantida com benefícios específicos do governo federal–, criaram-se
distorções de mercado.
O IPI cobrado sobre as cervejas hoje é de cerca de
10%, e o dos refrigerantes, cerca de 5%. Em 2012, era 40% e 27%,
respectivamente. No entanto, proporcionalmente a redução não gerou mais
empregos, especialmente na Zona Franca de Manaus.
Estudos iniciais da Receita apontam que, se as
alíquotas de 2012 estivessem vigorando, a arrecadação do setor seria de
aproximadamente R$ 15 bilhões por ano –o Bolsa Família tem gasto anual de cerca
de R$ 25 bilhões.
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